O que tapa seu Vinho?
Rolha natural de cortiça ou rolha sintética? De vidro envolta em silicone ou aglomerado colado ou os siliconados? E o Screw cap, posso utilizar sem medo? Qual a melhor opção para fechar o nosso vinho?
Antes de mais nada, é necessário esclarecer algumas questões sobre rolhas e outros elementos de fechamento. Nenhum elemento desses agrega qualquer coisa de bom ao vinho! É besteira acreditar que a rolha incorpora algo ao vinho que o possa melhorar a sua qualidade. O que ocorre é compreender os itens que possam interferir menos nos vinhos, ou o que cada sistema de fechamento permite ou não. Em suma, qual sistema não vai estragar seu vinho.
No caso da rolha podemos encontrar vários elementos microbianos, por exemplo, leveduras formadoras de dióxido de enxofre e o ácido sulfídrico entre outros ou até mesmo elemento usados para “limpar” a rolha, como os da família do cloro. Ainda temos o “brett”, um fungo, brettanomicys responsável pelo tão temido bouchonné. Esse odor é identificado pelo cheiro de estábulo, muito comum em vinhos cuja condição de higiene não foi muito respeitada. Há alguns vinhos como os pinots da Borgonha e os Chatnneuff Du Pape , cujo aromas são mais comumente encontrados e que trata-se da condição de tipicidade, até um certo limite.
As rolhas de cortiça natural, com seus diferentes níveis de qualidade são as que mais podem interferir no vinho, principalmente pela sua capacidade de comunicação com o ambiente externo ao vinho, é o que se chama de micro oxigenação que a rolha proporciona, ideal para os vinhos de guarda e indiferentes para os vinhos rápidos de nosso cotidiano. A Concha y Toro, por exemplo, sugeri que seus vinhos de guarda, como o Dom Melchior, seja trocada sua rolha a cada 10 anos. Basta levar sua garrafa na vinícola que eles fazem a troca gratuitamente!
Hoje em dia cada vez menos vinhos são tapados com rolhas naturais. A solução dos tampa-roscas são mais econômicas, para a maioria dos vinhos mais eficiente e com menos riscos. O índice de defeitos nesse método tende a zero. As rolhas siliconadas são outro exemplo de eficiência e qualidade a baixos custos.
Salvo os vinhos importantes que foram concebidos para guarda e que necessitam dessa comunicação externa lenta para envelhecerem melhor, a tal da micro-oxigenação, não se incomode com esse problema. Evite os aglomerados de rolha e não tenha preconceito com as tampa-roscas. Em muitos casos é apenas uma questão de ritual de abertura do vinho que deixará de ser realizado.
Saúde e Desfrute de seu vinho!
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- Equipe Winerie
Comentários 3
GLADSTONE GRIPP ALVIM
Muito boa explicação.
As vezes definimos um vinho sem honra e glória por causa da rolha ser sintética ou de rosca e não tem nada haver,ao contrário, na maioria das vezes, é uma qualidade.
Antonio Ricardo ( Nena Cabral )
Parabéns e agradeço a informação, pois pensava que a cortiça seria o melhor sistema de vedação.
Joaquim Duarte
Pela primeira vez leio comentário do Sr Alexandre. Explicito, claro e sem rodeios. Excelente e bem a propósito