O primeiro vinho tomado no Brasil foi um Pêra Manca!
A afirmação pode ser loucura, porém verdadeira. A Viagem de Cabral ao Brasil em sua primeira expedição foi iniciada em março de 1500. A frota partiu de Lisboa e antes de tomar rumo ao Brasil, parou no Alentejo para fazer compras.
Passaria a ser comum, uma vez que os vinhos do Douro eram mais caros e o lugar estava na rota ao Brasil.
Por fazer parte da "ração" diária dos tripulantes, o abastecimento dos navios com vinho era comum, não só para alimentação, mas para animar a galera (literalmente- galés). O primeiro vinho tomado no Brasil, foi um Pêra Manca, a granel é claro, mas muito distante do que é hoje, porém começamos bem.
A partir de 1531, já com as chamadas expedições colonizadoras, São Vicente tornar-se-ia uma das duas Capitanias Hereditárias que vingariam, e o Fidalgo lusitano Brás Cubas, nosso primeiro vinhateiro. Natural do Douro, logo tratou de produzir como sabia, nas encostas dos morros da cidade de Santos, assim como era feito em sua terra natal. Logo as vinhas subiram a serra e tornaram-se importante cultura, se estendendo-se até a lavoura de cana de açúcar ganhar pose.
Veja o barril de vinho no canto alto esquerdo do Brasão de Mogi das Cruzes, fundada por Brás Cubas.
Mas porque o vinho brasileiro não teria se desenvolvido, naquela época?
Apesar de restrito ao mercado interno e ao chamado vinho de padre, ou seja, a produção em torno da comunidade religiosa. A partir de 1785 com o alvará de produção industrial, toda atividade manufatureira fora proibida, portanto tínhamos que comprar vinhos, apenas de Portugal. Esse protecionismo impediu a produção e logo o nosso desenvolvimento.
Com a necessidade de ocupação das fronteiras ao Sul principalmente, voltamos a ter a produção com as famílias de imigrantes que ocuparam a Serra Gaúcha e o oeste Catarinense. Daí saíram grandes produtores como a Cooperativa Granja União, verdadeiro paradigma na nossa viticultura.
O segundo impulso foi a chegada do capital estrangeiro, como a Martini, Cinzano, Heublain e Almadén.
Hoje temos , Salton, Chandon, Miolo e Casa Valduga entre as grandes. Assim como Lidio Carraro, Don Guerino, Maximo Boschi, Pericó, Cordilheira de Sant'Anna, Vilaggio Grando, dentre outros, proporcionando um verdadeiro paradigma na vitivinicultura brasileira.
Outras regiões cresceram, no final do século XX como o Vale do são Francisco, Sul de Minas e o estado de São Paulo.
Seria de fundamental importância darmos espaço aos vinhos brasileiros. Não podemos desenvolver se não tomarmos. Tomem bons vinhos nacionais, valorizem os nossos produtores e sigam as dicas da Winerie.
Saúde!
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