Congele seu vinho depois de aberto!
Em um encontro entre confrades em São Paulo, um amigo Sérgio Bonachela, destacou que havia lido um artigo sobre congelamento de vinho, do primeiro Master Sommelier e Master of wine do mundo. Trata-se de Ronn Wiegand, o qual falou sobre como conservar o vinho após sua abertura para o consumo a posterior e em um artigo publicado em um livro chamado Os Segredos dos Vinho (Ed. Prumo).
Todos sabemos que temos uma certa dificuldade em guardar uma garrafa de vinho após sua abertura, cujo consumo não foi completo.
Temos basicamente 3 recursos:
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Arrolhar a garrafa com a mesma rolha sacada;
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Utilizar o vac au vin;
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E agora a hipótese de congelarmos o vinho após sua abertura.
O que tenta evitar é o fenômeno da oxidação que nada mais é do que a reação com o oxigênio e contato com o vinho. No caso do primeiro método, este é válido não para conservar o conteúdo da garrafa não consumido, mas nada mais do que um processo de tapar a garrafa enquanto se está consumindo, nada mais do que isso, pois é nesse método que a oxidação ocorrerá em franco desenvolvimento.
No segundo método, trata-se colocar na garrafa aberta uma rolha de silicone com uma válvula para se adaptar a uma bomba, que retirará o ar de dentro da garrafa e assim evitando sua oxidação. Esse método se mostrou relativamente eficaz em sua tentativa, porém para a maioria dos vinhos sua validade é de 24, além de ressaltarmos que no ato de extrair o ar pela bomba, esta também suga substratos aromáticos do próprio vinho. Mas até então era o mais utilizado, inclusive por mim até hoje.
Todos eles seriam acrescidos do resfriamento em uma geladeira, o que para a garrafa de vinho com um pouco de oxigênio, não é muito boa. O oxigênio resfriado, torna-se mais solúvel, aumentando a velocidade da reação.
Recentemente tenho feito alguns experimentos a partir da possibilidade do congelamento e algumas pequenas pesquisas, entre elas com alguns amigos professores de química sobre as propriedades do congelamento e as possíveis perdas que ele poderia trazer. A afirmação foi negativa, inclusive para os espumantes, que não perderiam sua pressão.
Certo é que o congelamento não altera em nada as propriedades e a composição do vinho, então , porque não testar seus efeitos dentro do campo da percepção organoléptica. Após aberto o vinho não consumido, este deveria ser transferido para um recipiente menor, cuja quantidade de oxigênio seria rebaixada. Ao não fazê-lo, podemos guardar a garrafa no congelador, sem prazo definido e quando formos tomá-lo, descongelar-mos naturalmente até a temperatura de consumo indicada.
Não há nada cientificamente testado na área, portanto convido a todos a fazerem seus testes com duas garrafas do mesmo vinho pela metade. Uma congele e a outra utilize o Vác au vin. Depois de 24h descongele a primeira e destampe a segunda e avalie. Se quiser radicalizar utilize o conteúdo de uma das metades de uma das garrafas e coloque em formas de gelo caseira e faça as três amostras.
Aproveitem e me escrevam para comentarem os resultados.
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- Andre Fonseca | Winerie
Comentários 4
Leonel Pinho
Melhor tomar todo . ?
JOAO MOTTA
Prezados, como um curioso mas muito apreciador de vinhos, e, morando só ao abrir uma garrafa, teria que tomá-la toda (o que não é nada recomendável) ou usar um método para conservá-lo. Nunca tentei congelar porque ficaria difícil de tomar na hora desejável. Assim, usei muitas vezes o vácuo mas estou de acordo com as opiniões acima. Acho bastante eficaz o transbordo para uma garrafa menor, mas, recentemente tenho usado o “Wine Preserve”com sucesso. Trata-se de uma mistura de gazes (N) Nitrogênio, (CO2) Dióxido de Carbono e (Ar) Argônio (que é um gaz nobre mais pesado que o (O) Oxigênio) que atuam em contato com o vinho sem alterar suas características, mas, sendo a mistura mais pesada, não deixa haver contato de oxidaçáo. O produto é comprado em algumas lojas de vinhos e é injetado com um mini canudo que acompanha. Requer bastante cuidado após injetar o gás porque a garrafa deve ser mantida na vertical sem mexer ou vibrar para o oxigênio não passar para baixo da mistura gasosa. Salute !
Giba
Há um outro método que uso e permite guardar o vinho por alguns dias e até algumas semanas e posso dizer conserva muito bem o vinho. Em uma garrafa de 375 ml com tampa de rosca encha até a boca. Assim não irá restar oxigênio na garrafa. Feche a garrafa com a tampa de rosca e pronto. O vinho não irá oxidar, pois a garrafa está cheia até a boca e sem qq quantidade de oxigênio. Vantagens em relação ao Vac au vin é que não são retirados aromas do vinho. Depois é só colocar na adega e tomar alguns dias depois. Já cheguei a tomar 1 mês depois e conservou bem suas características, perdendo muito pouco. É um método simples e bastante prático. e o vinho está disponível quando quisermos. Essa técnica de congelar pode ser interessante, mas o vinho não fica disponível imediatamente. Temos que esperar descongelar para chegar a temperatura de serviço. Não me parece muito prático para o dia a dia
Nilson Jose Guaragni Cesar
Este assunto é muito antigo. Pesquisadores de várias universidades ao redor do mundo, principalmente a de países “viníferos” tem sim estudos, alguns atestando a eficiência e outros colocando poréns. O bom do vinho é que ele é mutante, não é coca cola, sempre a mesma coisa. As vezes muda para melhor, depende do gosto e da boca de quem o aprecie. Venho testando o congelamento a muitos anos e, em quase a totalidade das vezes, os vinhos ficaram tão bons quanto, e muitas vezes similares ao original. O bom realmente é provar, esta ótima brincadeira do vinho! Abraço. * mas as bombinhas é malabarismo, nada mais..