Antes da escrita, O Vinho!
É impossível precisar uma data exata para invenção ou concepção do vinho, é certo que apareceu antes da escrita. Como defendem alguns enólogos, por acaso, como se uvas amassadas fossem esquecidas em algum lugar e sofrendo os efeitos todos da fermentação, o vinho fora experimentado e adotado como nova bebida, pois trazia alegria, verdade e coragem.
A história do vinho de cada civilização
Cada civilização antiga acrescenta a sua história e à sua maneira a história do vinho e a cada nova série de pesquisas veem à luz uma sucessão de novas teorias sem que sejamos capazes de montar uma linha do tempo confiável. Os antigos hebreus e depois os cristãos atribuem o vinho a Noé como o primeiro a cultivar um vinhedo (Genesis 6). Bom, até aí, o que sabemos é que o ser humano se desenvolveu nômade e enquanto manteve essa tradição de migrar sem criar laços ou terras seria impossível criar e cultivar vinhedos, o que pela história, somente entre 8000 e 5000 anos antes de Cristo é que certos grupos nômades começaram a estacionar. É neste período, achado em escavações na região dos Balcãs, que há registros de instrumentos próprios para a vinicultura, do cultivo de vinhas e fabricação do vinho. Bem depois e no Antigo Egito registrou-se através de desenhos o cultivo, consumo e celebrações aos deuses através do vinho. Os faraós distribuíam vinho para o povo e até queimavam vinhedos em honra aos seus deuses.
A Grécia e o Vinho
Na Grécia a coisa começou a ficar mais séria e melhor documentada, tendo supostamente o grego recebido de Dionísio – filho de Zeus – o liquido precioso e aprendido como cultivar e manusear a uva tirando dela vinhos de qualidades diferentes, também passaram a armazenar o vinho em ânforas. Foram os gregos que plantaram videiras ao longo de toda a costa mediterrânea incluindo o que depois seria o poderoso Império Romano e também eles que trouxeram os primeiros vinhedos para região atual de Marselha – França. Enfim há relatos de cultivo e celebração com vinho em todas as civilizações do mundo, inclusive entre os árabes antes da conversão ao Islã e até hoje em certos grupos onde a religião ainda permite o consumo de vinho. A história da humanidade se mistura com a história do vinho e seu poder religioso, afrodisíaco, metafísico, terapêutico e em até certos casos como precaução a muitas doenças, tendo sido provado sua eficiência na limpeza e conservação das células do nosso corpo. Cá comigo acredito que para humanidade, que sempre precisou de mitos para se unir em nações e civilizações o vinho seja mesmo um presente do etéreo para todos os viventes.
Salve o Vinho e Salve Baco!
Marcelo Moro
Publicitário, músico, ensaísta, apaixonado por vinhos e autor de livros como Teatro das Ousadias e Alameda das Sobras, participa do Winerie Blog mensalmente.
- Tags: Curiosidades
- Andre Fonseca | Winerie
Comentários 0